Para
compreender efetivamente o que faz uma máquina funcionar, é preciso
mexer na máquina. Trocar as engrenagens, puxar uma alavanca, soltar uma
mola, e ver como corre.
Quando a máquina é um vírus mortal, fica mais complicado. Mas os investigadores estão a contornar o problema, criando versões minimalistas de micróbios perigosos, que mal se encontram no limite da sua funcionalidade, segundo a Science Alert.
A utilização deste método para a SARS-CoV-2 — o patogénico por detrás da pandemia de covid19 — revelou uma forma surpreendente de os picos do vírus atuarem como uma espécie de canivete, permitindo-lhes esconderem-se mais facilmente do nosso sistema imunitário.
Investigadores da Alemanha e do Reino Unido criaram versões leves de SARS-CoV-2 para analisar com segurança o seu comportamento infeccioso, sob condições laboratoriais. O estudo foi publicado na Nature Communications, em fevereiro.
Descrito como “vírus sintéticos mínimos”, as partículas consistem em módulos criados de raiz para ajudar a compreender melhor as principais características do vírus, sem capacidade de funcionar em conjunto como uma unidade infecciosa.
“Ainda mais importante para nós, à medida que construímos estes vírus sintéticos a partir do zero, é que podemos conceber com precisão a sua composição e estrutura”, explica o biólogo Oskar Staufer, da Universidade de Oxford.
“Isto permite-nos realizar um estudo muito sistemático, passo a passo, sobre mecanismos distintos”, acrescenta.
Desde que o a pandemia passou a ser considerada mundial, no início de 2020, os virologistas têm procurado compreender como estas projeções ajudam o patogénico, em busca de sobrevivência e reprodução.
Tornou-se cada vez mais claro que as proteínas são tanto uma ajuda como um obstáculo para o pequeno invasor.
Os picos do vírus atuam como uma chave para um tipo de fechadura chamada recetor ACE2, e enganam os tecidos para permitir a entrada do vírus.
No entanto, as proteínas são também uma característica facilmente identificável para os anticorpos se agarrarem e realizarem uma limpeza.
Baseamos mesmo as vacinas na sua proeminência, fornecendo aos sistemas imunitários ingénuos e não infetados uma impressão da sua estrutura, para melhor os preparar para uma infeção real.
Acontece que o “astuto” coronavírus aprendeu uma ou duas coisas, que o ajudam a contornar este inconveniente.
Os investigadores concentraram-se na forma como moléculas imunitárias específicas do tipo ácido gordo interagem com os picos, a fim de gerar inflamação.
Uma investigação anterior já tinha destacado uma secção dos picos a que as moléculas imunitárias se agarravam.
Dado que esta região era bastante resistente à mudança, os investigadores assumiram que era uma estrutura importante para a sobrevivência do vírus.
Agora sabemos porquê. Os investigadores notaram que o pico sofreu uma mudança estrutural, quando a molécula imunitária se agarrou, dobrando-se para longe.
Isto torna muito mais difícil a invasão de qualquer célula próxima. Mas o problema desta configuração, é que também é mais difícil para o vírus atrair anticorpos.
“Ao abaixar o pico da proteína e ao ligar-se aos ácidos gordos inflamatórios, o vírus torna-se menos visível para o sistema imunitário“, sublinha Staufer.
“Isto poderia ser um mecanismo para evitar a deteção pelo hospedeiro, uma forte resposta imunitária durante um período de tempo mais longo e aumentar a eficiência total da infeção”.
É uma visão de um vírus devastador que continua a surpreender-nos, e uma prova de como modelos sintéticos como este nos podem dar a vantagem de limitar o impacto a longo prazo do patogénico, nas populações em todo o mundo.
https://zap.aeiou.pt/cientistas-criaram-um-coronavirus-e-ele-tentou-escapar-464590
Quando a máquina é um vírus mortal, fica mais complicado. Mas os investigadores estão a contornar o problema, criando versões minimalistas de micróbios perigosos, que mal se encontram no limite da sua funcionalidade, segundo a Science Alert.
A utilização deste método para a SARS-CoV-2 — o patogénico por detrás da pandemia de covid19 — revelou uma forma surpreendente de os picos do vírus atuarem como uma espécie de canivete, permitindo-lhes esconderem-se mais facilmente do nosso sistema imunitário.
Investigadores da Alemanha e do Reino Unido criaram versões leves de SARS-CoV-2 para analisar com segurança o seu comportamento infeccioso, sob condições laboratoriais. O estudo foi publicado na Nature Communications, em fevereiro.
Descrito como “vírus sintéticos mínimos”, as partículas consistem em módulos criados de raiz para ajudar a compreender melhor as principais características do vírus, sem capacidade de funcionar em conjunto como uma unidade infecciosa.
“Ainda mais importante para nós, à medida que construímos estes vírus sintéticos a partir do zero, é que podemos conceber com precisão a sua composição e estrutura”, explica o biólogo Oskar Staufer, da Universidade de Oxford.
“Isto permite-nos realizar um estudo muito sistemático, passo a passo, sobre mecanismos distintos”, acrescenta.
Desde que o a pandemia passou a ser considerada mundial, no início de 2020, os virologistas têm procurado compreender como estas projeções ajudam o patogénico, em busca de sobrevivência e reprodução.
Tornou-se cada vez mais claro que as proteínas são tanto uma ajuda como um obstáculo para o pequeno invasor.
Os picos do vírus atuam como uma chave para um tipo de fechadura chamada recetor ACE2, e enganam os tecidos para permitir a entrada do vírus.
No entanto, as proteínas são também uma característica facilmente identificável para os anticorpos se agarrarem e realizarem uma limpeza.
Baseamos mesmo as vacinas na sua proeminência, fornecendo aos sistemas imunitários ingénuos e não infetados uma impressão da sua estrutura, para melhor os preparar para uma infeção real.
Acontece que o “astuto” coronavírus aprendeu uma ou duas coisas, que o ajudam a contornar este inconveniente.
Os investigadores concentraram-se na forma como moléculas imunitárias específicas do tipo ácido gordo interagem com os picos, a fim de gerar inflamação.
Uma investigação anterior já tinha destacado uma secção dos picos a que as moléculas imunitárias se agarravam.
Dado que esta região era bastante resistente à mudança, os investigadores assumiram que era uma estrutura importante para a sobrevivência do vírus.
Agora sabemos porquê. Os investigadores notaram que o pico sofreu uma mudança estrutural, quando a molécula imunitária se agarrou, dobrando-se para longe.
Isto torna muito mais difícil a invasão de qualquer célula próxima. Mas o problema desta configuração, é que também é mais difícil para o vírus atrair anticorpos.
“Ao abaixar o pico da proteína e ao ligar-se aos ácidos gordos inflamatórios, o vírus torna-se menos visível para o sistema imunitário“, sublinha Staufer.
“Isto poderia ser um mecanismo para evitar a deteção pelo hospedeiro, uma forte resposta imunitária durante um período de tempo mais longo e aumentar a eficiência total da infeção”.
É uma visão de um vírus devastador que continua a surpreender-nos, e uma prova de como modelos sintéticos como este nos podem dar a vantagem de limitar o impacto a longo prazo do patogénico, nas populações em todo o mundo.
https://zap.aeiou.pt/cientistas-criaram-um-coronavirus-e-ele-tentou-escapar-464590
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