Quando se pensa em unicórnios, imaginam-se cavalos mágicos em filmes ou séries animadas ou até nas versões mais mitológicas da Grécia Antiga ou da China. Apesar das interpretações de cada cultura variarem, uma coisa parece ser comum — todos acreditam quem os unicórnios nunca existiram e que as suas representações não passam de mitos.
Mas essa ideia pode não ser verdade, como revela a Discover. Na verdade, os unicórnios existiram, só não da forma como estamos habituados a vê-los. Nos últimos anos, as investigações científicas têm-nos ajudado a descobrir mais informações sobre o Elasmotherium sibiricum, um gigante da Idade do Gelo, que pode ter inspirado os nossos contos.
Também conhecido como unicórnio sibério, o E. sibiricum partilha um antepassado com o grupo que inclui o rinoceronte moderno. Apesar de não terem sido descobertos cornos, a análise ao crânio do unicórnio mostra a enorme base onde haveria um corno.
Os rinocerontes contemporâneos pesam entre 680 e 1360 quilos quando chegam à idade adulta. O unicórnio siberiano era bastante maior e pode ter medido até duas vezes mais.
Enquanto que os rinocerontes são animais de pasto que se movem devagar, o seu antepassado siberiano tinha uma bossa no ombro, o que indica que corria grandes distâncias em campos abertos. Terá vivido entre o Cazaquistão e a Sibéria até à Ucrânia e ao sudoeste da Rússia.
De acordo com os fósseis encontrados na Sibéria, os arqueólogos dataram inicialmente a extinção do unicórnio da Sibéria há 350 mil anos, mas esse número desceu até aos 35 mil depois de um estudo de 2018.
Desta forma, estes animais ainda existiram na altura dos Neandertais e dos humanos modernos. Poderá isto confirmar que estes animais foram mesmo a inspiração para a nossa representação dos unicórnios?
Também em 2018, análises de carbono a 23 fósseis mostraram que estes unicórnios se afastaram geneticamente dos rinocerontes modernos durante o Eoceno, que começou há cerca de 56 milhões de anos.
Aquilo que ainda não se sabe são as circunstâncias da extinção do unicórnio da Sibéria. A caça excessiva dos humanos está em cima da mesa, mas a hipótese mais provável é de que as mudanças climáticas da altura tenham eliminado os animais, já que se alimentam apenas de pasto, que é escasso no Inverno.
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