Um
grande estudo levado a cabo na Islândia analisou a redução dos dias de
trabalho, de cinco para quatro, mantendo o mesmo salário. Mas a
experiência não analisou exatamente a redução pretendida.
Embora tenha sido noticiado o “sucesso esmagador” do estudo de grande escala na Islândia, entre 2015 e 2019, a experiência não terá sido assim tão eficaz, escreve o Interesting Engineering.
A verdade é que as reportagens divulgadas nos media se baseiam num relatório, publicado em parceria pela Alda (Associação para a Democracia e Sustentabilidade) da Islândia e pela Autonomia Britânica, sobre dois estudos da Câmara Municipal de Reykjavík e do governo islandês, que envolveram 66 locais de trabalho e cerca de 2.500 funcionários.
No entanto, o artigo “A viagem da Islândia para uma semana de trabalho mais curta” — que tem mais de 80 páginas — refere-se à semana de trabalho de quatro dias apenas duas vezes.
Nos últimos anos, os apelos a horários de trabalho mais curtos sem redução salarial — frequentemente enquadrados em termos de uma “semana de quatro dias” — têm-se tornado cada vez mais proeminentes em toda a Europa.
Mas o estudo islandês não analisou, exatamente, uma semana de quatro dias. Em vez disso, “envolveu duas experiências em grande escala de horários de trabalho mais curtos — em que os trabalhadores passaram de uma semana de 40 horas para uma semana de 35 ou 36 horas, sem redução salarial”.
Se o objetivo fosse analisar uma semana com apenas quatro dias de trabalho, então o ensaio deveria ter envolvido a redução da semana de trabalho em sete a oito horas. Em vez disso, a redução máxima verificada foi de apenas quatro horas e, em 61 dos 66 locais de trabalho, foi de uma a três horas.
Isto não significa, no entanto, que os resultados — nenhum efeito adverso sobre a produção ou serviços prestados — não sejam impressionantes.
Como resultado dos ensaios, sindicatos e empregadores formalizaram acordos a nível nacional para tornar permanente a redução das horas de trabalho na Islândia — mas ainda estão muito longe de passar para a semana de quatro dias.
A nova regulamentação apenas prevê uma redução de 35 minutos por semana no setor privado e 65 minutos no setor público. Para os trabalhadores por turnos, a redução poderá ser maior.
A Interesting Engineering alerta, ainda, que esta e outras experiências semelhantes podem ser afetadas pelo “efeito Hawthorne” — quando a consciência de serem objeto de uma experiência influencia o comportamento e, consequentemente, os níveis de produtividade dos trabalhadores.
Isto significa que os resultados do estudo islandês podem não ser traduzidos replicados no futuro.
https://zap.aeiou.pt/semana-de-quatro-dias-da-islandia-454529
Embora tenha sido noticiado o “sucesso esmagador” do estudo de grande escala na Islândia, entre 2015 e 2019, a experiência não terá sido assim tão eficaz, escreve o Interesting Engineering.
A verdade é que as reportagens divulgadas nos media se baseiam num relatório, publicado em parceria pela Alda (Associação para a Democracia e Sustentabilidade) da Islândia e pela Autonomia Britânica, sobre dois estudos da Câmara Municipal de Reykjavík e do governo islandês, que envolveram 66 locais de trabalho e cerca de 2.500 funcionários.
No entanto, o artigo “A viagem da Islândia para uma semana de trabalho mais curta” — que tem mais de 80 páginas — refere-se à semana de trabalho de quatro dias apenas duas vezes.
Nos últimos anos, os apelos a horários de trabalho mais curtos sem redução salarial — frequentemente enquadrados em termos de uma “semana de quatro dias” — têm-se tornado cada vez mais proeminentes em toda a Europa.
Mas o estudo islandês não analisou, exatamente, uma semana de quatro dias. Em vez disso, “envolveu duas experiências em grande escala de horários de trabalho mais curtos — em que os trabalhadores passaram de uma semana de 40 horas para uma semana de 35 ou 36 horas, sem redução salarial”.
Se o objetivo fosse analisar uma semana com apenas quatro dias de trabalho, então o ensaio deveria ter envolvido a redução da semana de trabalho em sete a oito horas. Em vez disso, a redução máxima verificada foi de apenas quatro horas e, em 61 dos 66 locais de trabalho, foi de uma a três horas.
Isto não significa, no entanto, que os resultados — nenhum efeito adverso sobre a produção ou serviços prestados — não sejam impressionantes.
Como resultado dos ensaios, sindicatos e empregadores formalizaram acordos a nível nacional para tornar permanente a redução das horas de trabalho na Islândia — mas ainda estão muito longe de passar para a semana de quatro dias.
A nova regulamentação apenas prevê uma redução de 35 minutos por semana no setor privado e 65 minutos no setor público. Para os trabalhadores por turnos, a redução poderá ser maior.
A Interesting Engineering alerta, ainda, que esta e outras experiências semelhantes podem ser afetadas pelo “efeito Hawthorne” — quando a consciência de serem objeto de uma experiência influencia o comportamento e, consequentemente, os níveis de produtividade dos trabalhadores.
Isto significa que os resultados do estudo islandês podem não ser traduzidos replicados no futuro.
https://zap.aeiou.pt/semana-de-quatro-dias-da-islandia-454529
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