quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Cão robô da Boston Dynamics ‘invade’ Web Summit e quer revolucionar indústria

SpotMini, da Boston Dynamics, na Web Summit 2019 
Harry Murphy/Web Summit via Sportsfile
Guru dos robôs mais ágeis do mundo deixou o seu cão robô (ao estilo Black Mirror) à solta na Web Summit e explicou como será o futuro da robótica A seguir Tecnologia que desenvolve nanossenor para ajudar diabéticos vence Web Summit Mais Vistas 2622099393_8199976c15_b-1024x594 Dinheiro Brinquedos da nossa infância que podem valer uma fortuna (e ficaram na memória) Trabalho Os salários das profissões mais bem pagas em Portugal Alemanha Riqueza São estes os 29 países mais ricos do mundo two-3358416_1920 Dinheiro Há moedas de dois euros a valer mais de 2.000. Tem alguma? Volocopter Air Taxi EPA/WALLACE WOON Web Summit 2019 De Lisboa a Faro por seis euros num táxi com asas Passou pelos corredores de acesso à Altice Arena, por entre o público (onde recebeu festas e palmas) e subiu até ao palco sozinho para ir ter com Marc Raibert, o seu ‘pai’. O Spot, o cão robô da Boston Dynamics, foi uma das estrelas no palco principal da Web Summit esta tarde, demonstrando com um à vontade impressionante a agilidade atlética que tornou a empresa norte-americana numa referência mundial – os seus vídeos com acrobacias tornam-se rapidamente virais. Raibert, o excêntrico líder da Boston Dynamics que usou a sua filha bebé para tirar noções de equilíbrio para os seus robôs, falou das três jóias da coroa da empresa que pertence agora ao gigante japonês Softbank (já pertenceu à Google), duas versões do Spot (o SpotMini já está à venda) e o humanoide e “Lamborghini” da empresa, 
Apresentação do robô da Boston Dynamics em frente à Altice Arena no último dia da Web Summit 2019.  (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)
Apresentação do robô da Boston Dynamics em frente à Altice Arena no último dia da Web Summit 2019. (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)


Atlas. A Boston Dynamics foca-se, para já, na inteligência artificial (IA) atlética e não tanto na cognitiva, ou seja, a parte que nos humanos diz respeito à forma como operamos os nossos corpos, nos equilibramos em duas penas, como corremos e escalamos coisas. “É aquilo que nos deixa preservar energia e depois ir mais longe, ter noção do que nos rodeia em tempo real e nos permite desviar de objetos ou improvisar, ao nível de atleta”, explica Raibert, que usou a natureza para ensinar os seus robôs. Apresentação do robô da Boston Dynamics em frente à Altice Arena no último dia da Web Summit 2019. (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens) Apresentação do robô da Boston Dynamics em frente à Altice Arena no último dia da Web Summit 2019. (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens) Esse tipo de inteligência desenvolvido pela empresa “ainda não está ao nível dos animais mais atléticos”, mas já esteve mais longe e a nível de improviso e equilíbrio estão cada vez melhores inclusive na neve, que é frequente em Boston. No caso do Spot, é a tentativa da empresa de imitar um chita, embora seja visto como um cão. “Ainda não é tão rápido quanto a chita, mas usa muitos dos conceitos no controlo dinâmico de aceleração e equilíbrio que são elementos fulcrais”, diz. Em apenas um mês a Boston Dynamics teve 3500 pedidos de compra para o Spot. O preço “é ao nível de um carro de luxo”, mas a ideia é baixar no futuro. A empresa analisa os pedidos de empresas e depois define os pormenores, consoante os medidos, já que cada modelo pode ser personalizado, ter braços ou outros acrescentos (para soldadura, por exemplo) e transportar até 14 kg (a autonomia anunciada é de 90 minutos). “Estão a ser produzidos mil Spot e são vendidos ao mesmo ritmo que os conseguimos fazer.” O objetivo é que este cão robô, ou chita robô, possa ser, para já, uma ferramenta de trabalho ágil e pode ser usado “na segurança, construção, entretenimento” ou até para desmontar bombas ou dançar com ginastas no Cirque du Soleil. Marc Raibert e Spot Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile Marc Raibert e Spot Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile Raibert, que é amigo pessoal da portuguesa Manuela Veloso, uma das referência mundiais em inteligência artificial e que está agora na JP Morgan, acrescentou: “Até o twerk faz e anda a 5 km/h, a velocidade de um humano”. Tem câmaras à frente, atrás e uma de cada lado e sensores, que usa para contornar objetos e andar de forma autónomo por uma espaço. 
Marc Raibert e Spot Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile
Marc Raibert e Spot Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile


Tem um LIDAR (que inclui um radar), Wi-Fi e a possibilidade de programadores criarem software para lhe dar novas habilidades. O responsável deu ainda o exemplo do humano sentado à mesa de jantar, que precisa de se esticar para ir buscar o copo de água, “um robô como o Spot consegue usar o seu corpo para extender mais o seu braço o que torna o seu corpo mais eficaz do que vemos em humanos”. O modelo está já em testes com empresas e parceiros, com Raibert a dar o exemplo de uma refinaria de petróleo britânica: “conseguimos ir a sítios onde robôs normais não conseguem, já com sensores que tiram medidas 3D”. Outro dos exemplos dados em palco foi para jogos em que pessoas “guiam” o robô como um video jogo, mas real. “Tivemos filhos dos nossos funcionários a aprender a guiar um robô em 12 segundos, é muito fácil porque o robô é muito autónomo e a tarefa de o guiar é bem simples”, disse. Tiveram ainda um workshop com o Cirque du Soleil para perceber como robôs e pessoas podem trabalhar em conjunto em espetáculos. Marc Raibert, fundador e CEO da Boston Dynamics, na Web Summit 2019 Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile Marc Raibert, fundador e CEO da Boston Dynamics, na Web Summit 2019 Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile Atlas, o futuro ainda sem vendas O ágil humanoide Atlas ainda está em desenvolvimento e sem datas para ser lançado, mas o potencial é “enorme” para tentar perceber melhor a agilidade humana e animal e aplicá-la à robótica ao serviço de empresas e pessoas. Pode ser útil em cargas de descargas, bem mais eficaz do que os sistemas atuais em que humanos operam máquinas para descarregar caixotes, indica Raibert. “Ainda é só um protótipo mas estamos entusiasmados com o progresso dos usos que podemos dar ao sistema visual que o Atlas tem porque não é só um braço robótica, é muito mais”
 
Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/web-summit/cao-robo-da-boston-dynamics-invade-web-summit/

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