Os pesquisadores observaram flutuações quânticas ‘chutando’ objetos
grandes, como espelhos, movendo-os em um pequeno grau, mas grande o
suficiente para ser mensurado.
Esse comportamento já havia sido previsto por físicos quânticos. Mas isso nunca foi medido antes.
Os movimentos são o resultado da maneira como o universo é
estruturado, quando visto no nível da mecânica quântica: os
pesquisadores o descrevem como um espaço ‘barulhento’, onde partículas
estão constantemente mudando para dentro e para fora da existência, o
que cria uma confusão de baixo nível todo o momento.
Normalmente, esse pano de fundo de ‘ruído’ quântico é muito sutil
para ser detectado em objetos visíveis em escala humana. Mas a nova
pesquisa mostra que os cientistas finalmente detectaram esses
movimentos, usando as novas tecnologias para observar essas flutuações.
Pesquisadores do Laboratório MIT LIGO viram que essas flutuações
podiam mover um objeto tão grande quanto um espelho de 40 kg. O
movimento empurrou os espelhos grandes por uma pequena quantidade, como
previsto teoricamente, permitindo que ele fosse medido pelos cientistas.
Os pesquisadores puderam usar equipamentos especiais chamados
espremedores quânticos que lhes permitiam ‘manipular’ o ruído para que
pudesse ser melhor observado.
Nergis Mavalvala, professor da Marble e chefe associado do departamento de física do MIT, disse em comunicado:
O que há de especial nesse experimento é que vimos efeitos quânticos em algo tão grande quanto um ser humano.
Também, em todos os nanossegundos de nossa existência, estamos sendo afetados por essas flutuações quânticas. É apenas que o tremor de nossa existência, nossa energia térmica, é muito grande para que essas flutuações quânticas de vácuo afetem nosso movimento de maneira mensurável. Com os espelhos LIGO, fizemos todo esse trabalho para isolá-los do movimento acionado termicamente e de outras forças, para que agora ainda sejam suficientes para serem afetados pelas flutuações quânticas e pela “pipoca” assustadora do universo.
Para ver as mudanças, os pesquisadores usaram o equipamento LIGO que
foi construído para detectar ondas gravitacionais. Para fazer isso, os
pesquisadores construíram duas peças de equipamento em diferentes partes
dos EUA, que enviam luz por longos túneis, onde se reflete em um
espelho, e é enviada de volta para onde originou – os espelhos nas duas
instalações devem retornar ao mesmo ponto ao mesmo tempo, a menos que
uma onda gravitacional atrapalhe sua jornada.
No novo experimento, os pesquisadores usaram as medidas muito
precisas desses espelhos e as condições incomuns do detector LIGO para
medir qualquer possível ‘chute’ quântico. Eles o fizeram observando
flutuações quânticas dentro do equipamento e observando movimentos nos
espelhos.
Lee McCuller, cientista do Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT, disse:
Essa flutuação quântica na luz do laser pode causar uma pressão de radiação que pode realmente chutar um objeto. O objeto no nosso caso é um espelho de 40 kg, um bilhão de vezes mais pesado que os objetos em nanoescala em que outros grupos mediram esse efeito quântico.
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