Utilizando o telescópio Seimei de 3,8 metros, astrônomos da Escola de Ciências da Universidade de Kyoto
e do Observatório Nacional do Japão conseguiram detectar 12 fenômenos
de flares solares na última sexta-feira (10), sendo que uma dessas
labaredas de radiação era pelo menos 20 vezes maior do que as emitidas
pelo nosso Sol.
Através desse novo instrumento, localizado no topo de uma colina em
Okayama, cidade que fica a oeste de Kyoto, os pesquisadores analisavam a
atividade de AD Leonis, uma estrela do tipo anã vermelha que fica a 16 anos-luz da Terra.
Fonte: Space.com/Pinterest - Reprodução
Superflares são raras
O líder da pesquisa Kosuke Namekata explicou que "os flares solares
são explosões súbitas que emanam das superfícies das estrelas, inclusive
do nosso Sol. Em raras ocasiões, uma superflare extremamente grande
ocorre. Isso resulta em tempestades magnéticas gigantescas que, quando emitidas pelo nosso Sol, podem afetar de forma significativa a infraestrutura tecnológica da Terra".
Há alguns anos, o Sol realmente desencadeou uma flare que causou
alguns blecautes de rádio em nosso planeta, porém a intensidade daquela
explosão não foi nem de perto o que se poderia chamar de superflare,
como esta observada pela equipe do Seimei.
Simulação de superflare em estrela semelhante so Sol (Fonte: M. Weiss, Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/Reprodução)
Se uma labareda de radição desse tipo fosse emitida pela nossa
estrela, uma possibilidade que alguns cientistas preveem nos próximos
100 anos, todos os circuitos elétricos da Terra seriam aniquilados,
causando prejuízos da ordem de US$ 10 trilhões.
Dessa forma, entender as propriedades das superflares pode ser vital
para nós, mas, pela raridade com que o fenômeno ocorre, é difícil
coletar dados do nosso Sol. E é isso que tem levado os pesquisadores a procuar exoplanetas semelhantes à Terra para examinar as estrelas que eles orbitam.
Prevendo superflares
Telescópio Seimei (Fonte: Kyoto University/Reprodução)
O estudo feito, publicado na revista científica Publicações da Sociedade Astronômica do Japão,
seria um exemplo perfeito desse tipo de pesquisa. Como a temperatura
das estrelas anãs é bem menor do que a do Sol, a AD Leonis normalmente
libera um grande número de flares.
O que os observadores não esperavam era que, logo na primeira noite de observação, topariam com uma superflare explosiva, o que superou todas as expectativas.
Coautor do estudo, Kazunari Shibata acredita que essas pesquisas
podem ser fundamentais na previsão de superflares, para minimizar
possíveis danos de ocorrências de tempestades magnéticas na Terra. E
conclui: "Podemos até começar a entender como essas emissões podem
afetar a existência — ou emergência — da vida em outros planetas".
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115237-explosao-solar-gigantesca-e-detectada-em-estrela-proxima-a-terra.htm
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