A Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, 250 anos após a sua
criação, ajudou a demonstrar a existência de células conceituais no
cérebro.

Na compreensão de conceitos abstratos, como notas musicais, intervêm
neurónios individuais chamados células conceituais, cuja existência a
equipa de investigadores conseguiu demonstrar treinando com a Nona
Sinfonia de Beethoven.
O surgimento de conceitos abstratos no cérebro humano foi associado a uma interação complexa de muitos neurónios, mas este estudo agora desmantela essa hipótese e mostra que, na realidade, em cada termo abstrato, apenas alguns neurónios ou células conceituais interviriam.
O mesmo se aplica à música, para distingui-la do ruído: cada nota requer conceitos musicais específicos.
Para levar a cabo o estudo, os investigadores criaram uma rede neural
de 3.200 células na camada seletiva e 1.600 na camada concetual.
Inicialmente, as células gravavam ondas sonoras aleatoriamente, incapazes de detetar a qual nota pertenciam.
“No entanto, após muito treino, como foi demonstrado na experiência com a Nona Sinfonia de Beethoven, os neurónios processaram as informações recebidas,
sendo capazes de determinar qual a nota ouvida, atuando como células
conceituais”, disse o coautor Valeri Makarov, citado pela EuropaPress. Assim, quando a nota ‘fa’ soa, a sua célula concetual associada era ativada.
O investigador está “convencido” do grande impacto que esta descoberta tem para a ciência fundamental, pois descobre os princípios do funcionamento do cérebro e também em aplicações como o desenvolvimento de novos algoritmos para a inteligência artificial.
As redes neurais artificiais tentam copiar a estrutura e a função do cérebro. Hoje, estas redes já nos superam em tarefas relativamente fáceis, mas ficam muito atrás nas habilidades cognitivas.
“Para avançar nesta capacidade, é necessário entender como o cérebro”
entende “o nosso ambiente”, justifica o investigador da UCM.
https://zap.aeiou.pt/nona-sinfonia-beethoven-cerebro-333311
Sem comentários:
Enviar um comentário