Cientistas
descobriram que, milhares de anos antes do aparecimento de redes
sociais como o Facebook, o Instagram, o Twitter ou o TikTok, contas
minúsculas já ajudavam os humanos a fazer conexões sociais.
De acordo com a cadeia televisiva CNN, o estudo realizado durante dez anos analisou mais de 1500 contas feitas de casca de ovo de avestruz e provenientes de 31 lugares diferentes do leste e do sul de África.
Comparando as suas diferentes características, como o diâmetro e a espessura, a equipa descobriu que, entre há 33 mil e 50 mil anos, as pessoas nestes locais do continente africano, espalhados por uma distância de mais de três mil quilómetros, usavam contas quase idênticas.
“As pessoas faziam-no para comunicar mensagens simbólicas – tal como nós hoje usamos uma aliança de casamento –, para indicar algo sobre o seu status social, riqueza ou posição na sociedade”, explicou Jennifer Miller, investigadora de pós-doutoramento do departamento de Arqueologia do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, na Alemanha.
“Sabíamos que geneticamente estes grupos tinham tido algum tipo de contacto, mas até agora não havia nenhuma evidência cultural disso”, disse também Miller, primeira autora estudo publicado, a 20 de dezembro, na revista científica Nature.
“É impressionante que estas pessoas, que viveram há 40 mil e 50 mil anos, tivessem algum tipo de rede social que se espalhava por uma distância tão longa“, acrescentou.
As investigadoras concluíram que as contas mais antigas vieram da África Oriental e provavelmente espalharam-se pelo sul do continente a partir daí, considerando que esta é a rede social mais antiga já identificada e a “conexão estilística” mais avançada da Idade da Pedra já documentada.
Segundo a cadeia televisiva, embora seja possível que as contas pudessem ter sido trocadas de alguma forma, Miller acha mais provável que terá sido o conhecimento de como as fazer que foi trocado.
“Possivelmente, as pessoas terão visto esta coisa nova que outras usavam ou faziam e então decidiram imitar”, disse.
No entanto, esta rede social parece ter-se quebrado há 33 mil anos. Depois desta altura, o uso de contas terá desaparecido no sul de África, embora continuasse na África Oriental. Há cerca de 19 mil anos, as contas ressurgiram no sul e em números muito maiores e num estilo diferente.
As duas populações, antes aparentemente interligadas, permaneceram isoladas até que o pastoreio ter sido introduzido no sul do continente, há aproximadamente dois milhares de anos, pode ler-se no mesmo estudo.
As autoras da pesquisa acreditam que foi o clima a provocar esta separação. Isto porque há cerca de 33 mil anos, um fenómeno meteorológico conhecido como Zona de Convergência Intertropical moveu-se para sul, o que causou inundações na bacia do rio Zambeze. Esta área conecta o leste e o sul de África, pelo que as cheias podem ter atuado como uma barreira para a interação humana.
https://zap.aeiou.pt/rede-social-com-50-mil-anos-africa-453107
De acordo com a cadeia televisiva CNN, o estudo realizado durante dez anos analisou mais de 1500 contas feitas de casca de ovo de avestruz e provenientes de 31 lugares diferentes do leste e do sul de África.
Comparando as suas diferentes características, como o diâmetro e a espessura, a equipa descobriu que, entre há 33 mil e 50 mil anos, as pessoas nestes locais do continente africano, espalhados por uma distância de mais de três mil quilómetros, usavam contas quase idênticas.
“As pessoas faziam-no para comunicar mensagens simbólicas – tal como nós hoje usamos uma aliança de casamento –, para indicar algo sobre o seu status social, riqueza ou posição na sociedade”, explicou Jennifer Miller, investigadora de pós-doutoramento do departamento de Arqueologia do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, na Alemanha.
“Sabíamos que geneticamente estes grupos tinham tido algum tipo de contacto, mas até agora não havia nenhuma evidência cultural disso”, disse também Miller, primeira autora estudo publicado, a 20 de dezembro, na revista científica Nature.
“É impressionante que estas pessoas, que viveram há 40 mil e 50 mil anos, tivessem algum tipo de rede social que se espalhava por uma distância tão longa“, acrescentou.
As investigadoras concluíram que as contas mais antigas vieram da África Oriental e provavelmente espalharam-se pelo sul do continente a partir daí, considerando que esta é a rede social mais antiga já identificada e a “conexão estilística” mais avançada da Idade da Pedra já documentada.
Segundo a cadeia televisiva, embora seja possível que as contas pudessem ter sido trocadas de alguma forma, Miller acha mais provável que terá sido o conhecimento de como as fazer que foi trocado.
“Possivelmente, as pessoas terão visto esta coisa nova que outras usavam ou faziam e então decidiram imitar”, disse.
No entanto, esta rede social parece ter-se quebrado há 33 mil anos. Depois desta altura, o uso de contas terá desaparecido no sul de África, embora continuasse na África Oriental. Há cerca de 19 mil anos, as contas ressurgiram no sul e em números muito maiores e num estilo diferente.
As duas populações, antes aparentemente interligadas, permaneceram isoladas até que o pastoreio ter sido introduzido no sul do continente, há aproximadamente dois milhares de anos, pode ler-se no mesmo estudo.
As autoras da pesquisa acreditam que foi o clima a provocar esta separação. Isto porque há cerca de 33 mil anos, um fenómeno meteorológico conhecido como Zona de Convergência Intertropical moveu-se para sul, o que causou inundações na bacia do rio Zambeze. Esta área conecta o leste e o sul de África, pelo que as cheias podem ter atuado como uma barreira para a interação humana.
https://zap.aeiou.pt/rede-social-com-50-mil-anos-africa-453107
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