A fotossíntese é um processo essencial para a vida na Terra, com as plantas a usarem a luz solar para criarem o oxigénio que precisamos para respirar.
Agora, há uma espécie de bactéria que desenvolveu um método peculiar de fazer a sua própria fotossíntese. Um novo estudo publicado na Science Advances relata a descoberta de investigadores de uma “obra de arte da natureza” referente a um dispositivo molecular que ‘come’ a luz que nunca tinha sido visto.
Apesar de já sabermos várias informações sobre bactérias fotossintéticas, o processo das Gemmatimonas phototrophica, que vivem no deserto de Gobi, é único.
Algures durante a história destas bactérias, estas roubaram um grupo de genes ligados à fotossíntese de uma proteobacteria antiga, um filo de bactérias completamente diferente, escreve o Science Alert.
Isto mostra o poder da transferência horizontal de genes entre bactérias — que alimenta a resistência aos antibióticos —ao permitir que um diferente tipo de organismo consiga passar a alimentar-se com a luz solar.
Este complexo de moléculas é altamente estável e tem um centro de reação central que nunca foi visto em mais nenhuma bactéria, composto por um anel interno que captura a luz solar e um novo tipo de anel externo. Juntos, os três componentes são maiores do que outros complexos de fotossíntese conhecidos anteriormente.
Os anéis externos apanham a luz solar, com o anel extra a acrescentar bandas de absorção de 800 e 816 nanómetros à já existente no anel interno, que absorve 868 nanómetros. Estes enviam depois os fotões que apanham até ao centro de reação onde se encontram os cromóforos, dando-se início à fotossíntese.
A luz capturada leva os cromóforos a transferir os seus eletrões ao longo de um caminho que induz os átomos de água até uma série de reações, usando o dióxido de carbono para produzir açúcar.
O centro de reação da G. phototrophica é diferente por ter uma organização única de moléculas estabilizadores, o que significa que exige mais energia para ser construído do que outros semelhantes.
O estudo mostra assim que esta bactéria desenvolveu independentemente o seu próprio sistema compacto, robusto e eficaz de transformar a luz solar em comida.
https://zap.aeiou.pt/bacteria-unico-sistema-fotossintese-463780
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