Um novo estudo publicado na revista Nature relata a descoberta de um objeto misterioso que emite um feixe de ondas de rádio a cada 20 minutos. O objeto em questão pode pertencer a uma nova classe de estrela de neutrões rotativa com um campo magnético ultra poderoso, nota o The Guardian.
Os sinais repetitivos foram detetados durante os primeiros três meses de 2018, mas desapareceram logo depois, o que sugere que a sua emissão estava ligada a um evento isolado.
“Foi um bocado assustador para um astrónomo porque não há nada conhecido no céu que faça isso”, revela Natasha Hurley-Walker, que liderou o estudo.
Este mistério alimentou suspeitas de que houvesse extraterrestres por detrás disto, mas a equipa descartou a hipótese depois de determinar que o sinal — uma das fontes de rádio mais brilhantes no céu — era detetável através de um espetro alargado de frequências, o que significa que uma quantidade imensa de energia era precisa para a sua produção. “Definitivamente, não foram aliens“, afirma.
A equipa acredita que a fonte é um objeto rotativo e não uma civilização de extraterrestres com tecnologia avançada que nos esteja a tentar contactar através do cosmos.
O objeto estará a cerca de 4000 anos luz de distância e coincide com um objeto astronómico previsto chamado um “magnetar de período ultra longo” — uma classe de estrela de neutrões com o campo magnético mais poderoso de qualquer outro objeto conhecido no universo.
“É um tipo de neutrão que gira lentamente que já se previa que existisse, teoricamente. Mas ninguém esperava detetar um diretamente assim porque não esperávamos que fossem tão brilhantes“, acrescenta Hurley-Walker.
A estrela de neutrões é o remanescente denso que é deixado para trás depois de uma estrela supermassiva expelir o seu material exterior numa supernova e entrar no colapso gravitacional. Reduzidas ao tamanho de uma pequena cidade, as estrelas de neutrões, inicialmente giram incrivelmente rápido, sendo assim detetáveis.
Ao longo do tempo, a estrela de neutrões perde energia ou desacelera e deve começar a desaparecer. Por esta razão, os astrónomos ficaram perplexos com esta descoberta, já que, se se confirmar que é se trata de um magnetar, conseguiu emitir energia suficiente para ser detetável entre Janeiro e Março de 2018.
“De alguma forma, está a converter a energia magnética em ondas de rádio muito mais eficazmente do que qualquer outra coisa que tenhamos visto”, revela a autora.
Uma questão continua sem resposta: porque é que o sinal desapareceu? Uma possibilidade é de que os sinais estejam ligados a um evento transitório como um starquake — quando a crosta densa da estrela de neutrões sofre um ajuste repentino, libertando uma enorme quantidade de energia no espaço e, potencialmente, repetindo a emissão de ondas de rádio.
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